Por motivos de: SAUDADES! — "Bela, porém mortal."

Olá, meus amores! 
Tudo bem com vocês? Eu estava passando pelo Blog esses dias, e aproveitei para vir aqui conferir algumas coisas antigas; o que me deu uma baita de uma nostalgia. Fiquei gatilhado, que ódio. Por esse motivo, decidi me deixar ter um surto de criatividade e escrevi uma cena envolvendo a personagem que eu estava a usar na época, juntamente com Angharad, a personagem da Vick. Somente pela diversão mesmo, visto que aqui está entregue faz alguns anos. Sem mais enrolações, aproveitem a leitura!

Aliás, na cena, o nome de Carla estará diferente do apresentado na ficha. Aqui, ela será referida como: Alina Cygnet, em vez de Carla Laughlin. Uma mudança que fiz, e abaixo estarão outras para um melhor desenvolvimento de cena.

O relógio enfeitando a parede velha do lugar marcava exatamente 22:00 horas da noite. A lanchonete cuja a ruiva trabalhava para tentar tirar a si mesma e Daisy da miséria constante já estava quase pronta para fechar. O único problema a frente era uma jovem desconhecida de belos cabelos negros que não havia saído ainda. Era a única cliente restante. Alina havia percebido olhares indiscretos para si durante toda a noite desde a chegada da outra, mas nada tinha dito. Agora, ali, mesmo quando a bruxa fechava algumas das luzes, a moça parecia não ligar para a situação. Vendo-se sem opções, a Cygnet mais nova tomou coragem e, após um longo suspiro, encaminhou-se em direção a mulher.
 — Com licença. Há algo mais com que eu possa ajudá-la? Estamos fechando, e tenho certeza de que minha mãe está a minha espera para servir o jantar em casa. — A ruiva disse com delicadeza, as mãos enfiadas dentro dos bolsos de seu avental velho e surrado. Em resposta, ela recebeu um breve arqueio de sobrancelha.
— Sua mãe adotiva, é o que quer dizer. — Respondeu-a de forma ríspida, o que fez com que Alina desse um passo para trás em admiração para com a forma como a mulher sabia sobre a falta de laços sanguíneos que partilhava com Daisy.
— Perdão? — Confusa, foi a única coisa que Alina conseguiu dizer, apenas para receber uma risada arisca da outra. A mesma levantou-se, e tocou o braço da ruiva delicadamente, retirando uma de suas mãos do bolso do avental; a mulher virou o pulso da garçonete, onde uma marca cintilante encontrava-se. Pareciam três círculos interligados.

— Ah, uma bruxa do som! Eu sabia... Está perdoada, querida, por negar os seus dons e afastar-se de sua comunidade para viver entre aqueles que nos oprimem, e matam. — Antes que Alina pudesse puxar o próprio braço, a mulher o soltou. — Sou Angharad Taylor, Bruxa da Fauna. Muito prazer, Srta. Cygnet. Tenho um favor a pedir-lhe.
Ao ouvir as palavras daquela que havia enfim proferido o próprio nome, o mundo ao redor de Alina pareceu girar. Fazia muito tempo que ela não ouvia a palavra "bruxa" sair por entre os lábios de qualquer um. Desde que havia fugido de sua casa, no fatídico dia em que toda sua família foi morta por acusadores puritanos, mais especificamente. A lembrança ainda era nítida em sua mente, como uma ferida aberta que ameaçava nunca sarar. Os olhos encheram d'água, mas a bruxa não se permitiu deixar que caíssem. Não na frente de uma desconhecida qualquer. [GIF]
— O que você quer? — Fechou os punhos com força. Os sentimentos a flor da pele transbordando por todo seu corpo em forma de ondas sonoras que, involuntariamente, fizeram com que o que estava presente na mesa de Angharad balançasse. A morena olhou a cena com apreço.
— Eu quero isso. Quero você. Uma bruxa do som poderosa o suficiente para conseguir matar alguém sem ser vista, sem estar perto para ser acusada. O que você tem é raro, garota. Você é uma granada explosiva esperando o momento certo para ser lançada. Bela, porém mortal. — As palavras de Angharad eram convictas e cheias de paixão, como se ela realmente soubesse sobre o que estava falando, e acreditasse no potencial destrutivo que Alina possuía. Estava contando com o instinto assassino da Cygnet, que, infelizmente, era inexistente.
— Só pode estar brincando! Você vem ao meu trabalho, age como uma perseguidora maluca, e acha que vou ajudá-la a matar alguém?! Por favor, Agatha, ou qualquer que for o seu nome, peço que se retire, ou teremos problemas. — A indignação da ruiva era quase palpável, o que fez a Taylor rir em escárnio.
— Ah, não irei a lugar nenhum. Você fará isso por mim, Cygnet. Por bem, ou por mal. Cabe a você decidir o desfecho de nossa bela amizade. — Imediatamente, Alina percebeu os olhos da mulher tornando-se lupinos. Brilhantes, e extremamente ameaçadores. [GIF]
Sentindo-se ameaçada, os olhos de Alina igualmente brilharam, porém em um tom levemente roxo e nada animalescos. As mãos aos poucos foram envoltas por fracas ondas sonoras, quase invisíveis ao olho humano, mas que Angharad via perfeitamente bem. Quando uma atacasse, a outra certamente não ficaria por baixo, e assim dar-se-ia início a uma luta entre duas iguais. Duas poderosas bruxas defendendo seus próprios ideais, ainda que contrários.

E... foi isso, anjos!
Apenas para matar a saudade de todo esse mundo da Blogsfera.

— Let's keep dancing on the broken glass.

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