01x01 Hunt

Não me aguentei e vim mais cedo.

É com honra que anuncio a estreia do primeiro episódio do Myssix Club, dando início a uma nova era.

Go?

Com vocês...

Season 1, Episode 1: Hunt

01x01 — Hunt

Storybrooke, Maine. 5:44 PM

 Ela estava trabalhando até tarde hoje. As ocupações eram grandes atualmente, principalmente quando se tem Caçadores de Fadas atrás de você. Victoria estava na beira dos 17 anos, mas se sentia como aqueles adultos de 27 em jogos e filmes, que sempre estão colocando a vida em risco e tal. A garota fazia isso diariamente, afinal, não é todo mundo que tem que se esconder numa sede americana pelo fato de que é uma fada que está sendo caçada por meio mundo. Victoria Annelise Foster Garcia, sim, era uma fada. A fada do Arco-Íris, que controla de forma básica o clima e as cores. Rebelde, antipática, um pouco cabeça dura, fria e independente.

Há três anos, Victoria procurava pela irmã perdida, Julianne. E agora não era diferente, era exatamente nisso que ela estava trabalhando: Enviava e-mail's de um lado para o outro, fazia pesquisas, usava mapas e algumas anotações que tinha e não conseguia exatamente nada.

— Droga Julianne, onde foi que você se meteu? — a garota reclamou, enquanto analisava alguns e-mail's enviados. As duas haviam se perdido quando Victoria tinha 3 anos, e apenas sabia da irmã pelas histórias que seu irmão contava, já que o pai se casou com uma hipócrita após a morte da esposa, já que a mesma havia morrido no acidente que separou Foster de sua irmã. E ela daria tudo para encontrá-la. Enquanto analisava online um mapa geográfico de Boston, um barulho de sua caixa de e-mail's ecoou pelos seus ouvidos. Rapidamente clicou na guia do e-mail aberta e teve a resposta que procurava, um e-mail linha secreta de seu chefe e amigo, Nick Fury.

"Boa tarde, Agente Foster.

Sugiro que ainda esteja na busca sem fim pela sua irmã. Consegui alguns dados, uma foto, exames recentes e resolvi passá-los para você, recompensando seu ótimo desempenho profissional na  S.H.I.E.L.D. 
Tenho todos os dados que consegui anexados nesse e-mail, num arquivo linha secreta 9.1.2 da S.H.I.E.L.D.

Faça bom uso.

Fury, Nicholas J."

Era tudo o que Victoria precisava. Abriu um sorriso involuntário e agradeceu Fury mentalmente, logo abrindo o anexo. Lá estava tudo o que ela precisava: Nome completo, número para contato, status, por onde já tinha passado, número para contato, tipo sanguíneo e outras coisas, até mesmo os exames mais recentes. Infelizmente, só faltava um ponto: Localização Atual. Foster bateu o punho na mesa e tinha um olhar irritado. Logo olhou os orfanatos por onde a garota tinha passado, e o último apontava para Louisville, Kentucky. Não era muito longe. Entrou em um desses sites em que vendem passagens e rapidamente comprou uma para o destino de Louisville, com saída em duas horas, ás exatas 7:50 PM. Correu arrumar suas malas e encontrar um jeito de transportar suas armas, arco e flecha e o que mais precisasse, segurança em primeiro lugar.
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Dois dias e meio depois.

Louisville, Kentucky. 11:07 AM

 P.O.V. Samara

Eu andava normalmente pelas ruas, como sempre fazia todos os dias. Estava indo ao orfanato Messias deixar alguns livros velhos para os órfãos, era sempre bom prestar serviço comunitário as vezes. Mal conseguia enxergar o caminho, sorte que eu sabia de cor, pois era uma pilha enorme de livros. Vários nomes conhecidos estavam ali, como Inverno Russo, Jogos Vorazes, O Morro dos Ventos Uivantes e Percy Jackson e os Olimpianos. Sempre tive um amor enorme por leitura e, depois de ler e reler repetidas vezes, decidi dar um fim em alguns livros para renovar a mini-biblioteca que fica no meu quarto.

Tudo estava calmo, até que uma pancada contra alguma coisa ou alguém me fez cair de bunda no chão, espalhando todos os livros pela calçada. Olhei para cima e uma garota de cabelos castanhos e olhos da mesma cor me estendia a mão, tinham algumas malas de rodinhas ao seu lado. Aceitei e ela me ajudou a levantar, logo depois recolhendo alguns livros.

— Acho que devo olhar melhor por onde ando. — a garota falou, enquanto me entregava alguns livros; Divergente, Insurgente e Convergente — Aqui.

— Obrigada! — agradeci, pegando mais alguns livros do chão. Ela fez o mesmo e segurou uma pequena pilha, enquanto eu fazia o mesmo. Reparei melhor na moça. Ela aparentava ter mais ou menos minha idade, tinha um olhar confiante e eu nunca a havia visto, sendo que eu conhecia Louisville como o palmo da minha mão. — Você é nova por aqui?

— Mais ou menos. — ela respondeu. — Estou de passagem, mais precisamente procurando um lugar. Conhece o orfanato Messias?

— Claro que conheço, estava indo levar esses livros para lá agora mesmo. — respondi. — Você não é meio nova para adotar alguma criança?

— Na verdade estou procurando alguém. — ela foi um tanto fria. — Pelo o que sei, esse orfanato foi o último pelo qual a pessoa que procuro passou antes de ser adotada.

— Se quiser eu posso te acompanhar — respondi. —, mas você tem que me ajudar a levar os livros. — dei uma pequena risada e ela apenas esboçou um meio sorriso. Como eu era perita em conhecer as pessoas, sabia muito bem que ela tinha boas intenções. Eu costumava perceber isso nas pessoas.

— Obrigada... — ela tinha um semblante sério, mas dando a entender que queria saber meu nome.

— Samara. — estendi minha mão disponível amigavelmente, a qual ela aceitou. — Samara Everdeen. E você é...?

— Victoria. Victoria Foster. — nos cumprimentamos e ela soltou minha mão. Observando o rosto da garota melhor, percebi que a conhecia de algum lugar: Da TV.

— Ei, você não é aquela garota que saiu na TV semana passada, em um incidente num dos Shoppings de Rhode Island? — perguntei tentando não parecer muito curiosa. Tinha sido a notícia do ano: "Garota de asas e mutantes fazem um show em Rhode Island". — O show demonstrativo...

— É, foi um show bem cansativo. — ela disse, com uma expressão um tanto confusa nos olhos. — Desculpe, mas eu não tenho muito tempo e preciso chegar logo ao Messias.

— Claro! Me desculpe, digamos que sou ótima em desviar do assunto... — eu ri e ela sorriu. — Vamos, me siga. 

Logo estávamos caminhando pelas ruas calmas da cidade. Victoria aparentava ser uma garota um tanto sofrida, um pouco machucada, mas uma boa pessoa, mesmo que fosse lá no fundo. Ao chegarmos no orfanato, percebi que ela ficou um tanto receosa para entrar, mas eu a encorajei.

— Hey... — ela olhou para mim. — Vamos lá. 

A garota respirou fundo e entramos juntas. Margareth, a recepcionista idosa e super simpática do local, nos recebeu com um sorriso e ajeitou os óculos. Eu deixei os livros no balcão e a cumprimentei com um olá. Ela também me cumprimentou e logo em seguida a Victoria, que apenas assentiu com a cabeça. A morena certamente estava tensa, então eu dei um tapinha em seu ombro.

— Deve estar querendo ver tudo sozinha. — eu falei para Victoria sorrindo. — Margareth é super gentil e vai te receber bem. Foi bom te conhecer! — eu me despedi, e pela primeira vez ela deu um largo sorriso.

— Foi bom te conhecer também Samara. — ela disse simpática. — Nos vemos qualquer hora.

— Nos vemos! — eu respondi.

Sai e vi que ela começou a falar com Margo. Sorri involuntariamente e segui meu caminho até em casa. O dia estava ótimo, o sol brilhava forte e quente enquanto uma brisa calma soprava. O tempo me fez pensar se o Parque Aquático da cidade estava aberto, mas decidi continuar meu caminho. Ao chegar na frente de casa, a porta estava literalmente escancarada. Meu coração gelou.
Corri para dentro o mais rápido, passando pela porta e dando de cara com uma Jennifer jogada no sofá assistindo um seriado de vampiros; The Vampire Diaries, para ser mais precisa. Ela me notou e deu um sorriso daqueles que damos quando aprontamos.
— Surpresa!?! — ela disse levantando as mãos, em ato de rendição. — Ok, ok, eu concerto a porta. Mas eu esqueci de novo de avisar que vim passar algumas semanas com você né?
— Sim. — eu fiz cara de brava e ela acreditou. Logo depois mostrei a língua e fui até ela, a abraçando. — É bom te ter por aqui Jenn!
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P.O.V. Victoria
— Então ela foi adotada pela família Mikaelson? — eu indaguei curiosa, olhando os registros que Margareth havia me passado.
— Sim, faz vários anos. — a idosa respondeu. — A família tinha destino para Nova Orleans, ficariam morando lá. Sugiro que ainda estejam por aquelas bandas.
— Sua ajuda foi das grandes, senhora Joanesburgo. — respondi cautelosa, agradecendo e me retirando. Peguei minhas malas e saí.

Já eram cerca de três da tarde, eu precisava pegar um voo urgente para New Orleans. Eu finalmente estava conseguindo respostas, não era agora que eu iria parar. Fui até o aeroporto e comprei a passagem para o voo que partiria em cinco minutos, minha sorte que ainda não haviam esgotado os lugares. A viagem demorou, passei por alguns estados americanos até chegar no estado de Luisiana. Assim que pousei em New Orleans, a primeira coisa que fiz foi alugar um quarto numa pousada e guardar minhas roupas, além de tomar uma ducha merecida e lavar meus cabelos. Já se passava das três da manhã, mas eu não tinha nem um pingo de sono. Eu nunca tinha, para ser sincera. Eu sempre quis ter sono, mas a insônia era uma companheira semanal. Acho que eu dormia nos fins de semana, isso quando eu não tinha nenhuma missão da S.H.I.E.L.D. ou alguma viagem para fazer. E nunca sentia um sono pesado. Me troquei, vestindo um vestido de alça vermelho, meu colar e uma jaqueta preta de couro por cima. Se fosse para conseguir alguma informação por aí as duas da manhã, que fosse na base da sensualidade.

Decidi ir para um bar pensar um pouco. Bares e um pouco de whisky sempre me ajudavam a pensar melhor, digamos que ser uma fada me dá tolerância ao fato de ficar bêbada, e sim, melhora meus reflexos. É estranho ser uma fada, tudo o que acontece com simples mortais é meio diferente para você. Caminhei um pouco e não foi muito difícil achar um bar aberto, entrei e estava lotado de caras tatuados, com roupa preta e roqueiros, aqueles que tem grandes cabelos lisos. Passei sem problemas entre eles, sentindo olhares em mim, e sentei em um banco do balcão. 

— Whisky por favor. — pedi de qualquer jeito ao cara do balcão, o qual eu nem havia reparado. Logo um copo da bebida surgiu em minha frente e eu tomei em um só gole. Tirei o casaco e olhei para o garoto: Alto, branco e com cara de nerd.
— Dia difícil? — ele perguntou e logo lancei um olhar reprovador para ele. 
— Alguém falou com você? — fui fria e grossa na resposta, odiava que se metessem na minha vida.
— Desculpa, só quero ser amigável! — ele falou. Estendi o copo e ele o encheu, e eu tomei novamente em um gole. — Vai com calma!
— Sem essa, não fico bêbada tão fácil. — respondi naturalmente.
— Você é nova por aqui, não é mesmo? — o garoto questionou. — Conheço todos os habitantes de New Orleans, então...
Uma ideia brilhante me veio a cabeça e dei um sorriso involuntário.
— Acho que você pode me ajudar. — disse, retirando a foto de Julianne que eu carregava em minha bolsa, Fury a havia conseguido para mim. — Conhece essa garota? 
Arrastei a foto pelo balcão e ele a olhou um pouco surpreso.
— Sim. — seu semblante se tornou sério. — O que quer com ela?
— Ah, sabe como é, assuntos familiares. (Gif) — disse esboçando um sorriso meio irônico. — Pode me levar até ela?
— Só se me disser o que quer com ela. — ele me olhou desafiador. Senti piedade do garoto, ninguém me desafiava daquela maneira. Levantei e apoiei os braços no balcão, me inclinando e ficando centímetros separada do rosto do garoto, o qual ficou com as bochechas escarlates.
— Se repetir essa pergunta, não vai estar vivo para saber a resposta. — sussurrei ao ouvido do rapaz, vendo que ele sentiu um leve arrepio. Provavelmente era um solteirão adolescente nerd que trabalhava para comprar games novos e fast food. Voltei a me sentar no banco e sorri largamente, um tanto sexy. — E então, vai me levar até ela?
— O que eu ganho com isso? — ele arqueou a sobrancelha. Ok, ele realmente não ficava sexy como eu quando fazia isso.
— A sensação de saber que fez justiça. — eu respondi com um sorriso sarcástico, digno de Loki. — Ou talvez, eu convença seu chefe a te dar um aumento. — Ele me olhou nos olhos, hesitando em aceitar minha proposta. Estava na hora de pegar pesado. — Não vai ser bom para nenhum dos lados se eu achá-la por conta própria. — lancei um olhar intimidador e ameaçador. Ele entendeu o recado.
— Está bem, eu te levo.
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P.O.V. Julianne

Antes que Claire e Joseph brigassem comigo e Victor, fui salva pelo gongo. Ou melhor dizendo, pela campainha. Dei um sorriso sapeca e corri abrir a porta, dando de cara com Charlie e uma garota que eu não conhecia.

— Hey... — ele tinha uma expressão um tanto culpada. Analisei mentalmente a garota ao seu lado: Salto alto, jaqueta de couro, um colar com uma esmeralda retangular e uma bolsa preta. Olhos castanhos indecifráveis e cabelos lisos cacheados nas pontas. Um batom vermelho-vivo e seus olhos fixos em mim, com certeza me analisando também. Me perguntei mentalmente se ela curtia o The Fray.

— Descolou uma namorada, Charlie? — perguntei, claramente o avacalhando. Ele enrubesceu e coçou a nuca, ou seja, havia ficado sem jeito.

— Não, não somos namorados senhorita Mikaelson. — ela respondeu séria e fria. Arregalei os olhos e Charlie percebeu.

— Bem, eu... Eu tenho que voltar para o bar, não terminei meu expediente. Cuidado July. —ele alertou antes de ir embora. A garota entrou sem permissão e senti vontade de arrancar a cabeça dela e ganhar um bom dinheiro em uma peruca.

— Eu não te convidei para entrar... — lembrei-me que não havia perguntado seu nome.

— Foster. Victoria Foster, prazer. — ela estendeu a mão, mas eu recusei. — Vim tratar de assuntos familiares.
— Que seriam? — perguntei.
— Você. Julianne Blanchard Kerr Garcia, adotada pela família Mikaelson. Minha irmã.
Senti meu corpo mais mole e gelado. Minha... Irmã?
— O quê? — indaguei confusa, com olhares direcionados para mim. Não podia ser. Eu não tinha uma... Irmã esquisita que aparecia em casa ás 3 da manhã.