01x04 Lights

Um casal que vai destruir o coração
de muitas agentes da Hydra hu3

"Nosso medo mais profundo não é sermos inadequados. Nosso medo mais profundo é sermos poderosos demais. É nossa luz, não nossa escuridão, que mais nos assusta."

Marianne Williamson.

Ciao, amici! (minha parte italiana da família curtiu isso)

Mesmo vindo de jegue, Episódio 4 veio!

Buona lettura, appassionati di storia!

(Boa leitura, fãs da história!)

P.s.: A intérprete da Sabine Seedorf é a Celeste de TO, okay?

"A gente quer tocar o céu, mas morre de medo de altura…"

Marina.

ⓔⓟⓘⓢⓞⓓⓔ 4 ⓛⓘⓖⓗⓣⓢ - ⓣⓗⓔ ⓜⓨⓢⓢⓘⓧ ⓒⓛⓤⓑ, ⓢⓔⓐⓢⓞⓝ 1

Roma, Itália. 07:36 AM, Euroma2 Shopping Mall, Térreo.

P.O.V. Victoria

 Eu e Benson estávamos desde ás 5:00 da manhã em Roma, e, depois de passarmos num hotel e deixarmos nossas malas por lá, nosso primeiro ponto de busca pela Hydra foi um shopping popular por ali. De acordo com Fury, alguns agentes costumavam passar por ali entre as 7 ás 9 para agendar conversas com responsáveis importantes ou combinar sequestros, e, se achássemos um deles, eu e meu canivete daríamos um jeitinho de convence-lo a fazer as coisas do meu modo e entregar a localização da base principal da Hydra em Roma.

Isso é, se Nathaniel não se intrometesse.

— E então, por onde vamos começar a busca? — Nathaniel me perguntou. Andávamos lado a lado, eu com os braços retos ao lado do corpo e ele com as mãos no bolso. Parecíamos pessoas normais. — Eu pensei em passar na praça de alimentação. Sabe, daí nós aproveitávamos e fazíamos uma boquinha ou algo do tipo.

— Olha, eu sei que comer é muito bom, mas você precisa entender que isso é uma missão, não um passeio gastronômico em Roma. — respondi seca e meus olhos encontraram, de primeira, um agente da Hydra: indo para as escadas rolantes, laterais da cabeça raspadas e um pedaço de uma tatuagem da agência visível em sua clavícula. Típico da Hydra. — Acho que encontrei um, novato.

Acelerei um pouco o passo e o novato já estava no meu ritmo. Quando cheguei no mesmo ponto que o agente estava, o mesmo já estava no começo da escada rolante que subia, e rapidamente fomos para ela também. Foi então que percebi que o homem falava com alguém no comunicador, olhando disfarçadamente — ou não — para onde eu e Benson estávamos: já haviam nos notado. Em menos de dois minutos, já haviam nos notado. 

Se eu estivesse em uma de minhas missões solo, isso não aconteceria.

Resolvi fazer do jeito clássico: se ele estava falando com alguém, estava pedindo reforços. Já no final da escada rolante, deixei Nathaniel para trás, sem me importar, e fui sorrateiramente atrás do agente. Passei por algumas lojas enquanto seguia ele no meio da multidão e, quando achei o momento certo, puxei-o pela gola da camisa e o arrastei pela saída de emergência, sem que nenhum civil percebesse. O prensei contra a parede e saquei meu canivete, colocando contra seu pescoço.

— Eu só vou perguntar uma vez: onde fica a base principal? — o homem começou a rir da minha cara e aquilo me deixou extremamente irritada. Num movimento rápido, fiz um corte grande no braço do rapaz e voltei com o canivete no pescoço. — Como eu ia dizendo...

— Não tão fácil, fadinha. — no primeiro instante, pensei algo do tipo "Como ele sabe?", mas logo me toquei que ele era um agente bem-informado.

— Escuta rapaz, já que você sabe quem eu sou, deve saber que sou bem... Digamos, estressada. — prensei ainda mais o canivete e ele começou a me entender. — Se você não colaborar, tenho certeza que não estará vivo para chamar reforços.

— É aí que está o problema, queridinha...

— Não me chame de "queridinha". — o lancei um olhar ameaçador, do tipo "Não sou tuas negas. Fala isso de novo e você morre". 

— Okay, fadinha. Sua desvantagem é que eu realmente não vou chamar reforços. Você mesma já chamou. — ele parecia confiante, principalmente quando notou minha expressão de confusão naquele momento. — Digamos que os reforços te acompanharam desde Rhode Island.

Antes que eu pudesse finalmente dar conta do recado, me vi cercada por... Velhos amigos de trabalho: na minha esquerda, Sabine Seedorf — a cavalaria holandesa — e Joe Handersmith (ambos citados no episódio 2), e, a minha direita, os irmãos Holland e Thomas Phillip (também do episódio 2), todos apontando armas em minha direção, mas Joe tinha, ao seu lado, Benson, que estava algemado sem olhar para mim, com a cabeça baixa. Olhei para os lados e calculei um plano rapidamente, logo me afastando do agente, jogando o canivete no chão e levantando as mãos.

E então, eu agi.

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

P.O.V. Beatriz

Corri para fora do círculo e avistei o alarme de incêndio... Bem ao lado da entrada, onde os policiais chegavam armados. Não daria certo eu ir até lá, pois, se alguém já tinha me "entregado" para a polícia, eles já saberiam quem eu sou. Foi então que eu me concentrei. 

Não pensei em mim. Pensei naquelas pessoas apavoradas do museu. Pensei nas pessoas que eu havia prendido em um círculo sem querer, e lembrei que, se eu não tivesse poderes, eu estaria me sentindo apavorada como aquelas pessoas. Medo. Pensei no medo que elas estavam sentindo, e no medo que Sky provavelmente estava passando, algo do tipo "Eu apertei a mão daquela alienígena!" e "Eu vou morrer!". Devagar, fiz um movimento de pare com as mãos, que, aos poucos, fez com que o fogo parasse de arder tanto, até que finalmente cessou. Não perdi tempo em correr pela saída dos fundos com o máximo de velocidade que eu podia.

Passei por um trânsito congestionado, quase fui atropelada e, como se tivesse que piorar, começou a chover. E eu odiava chuva. Quando já estava com uma boa distância do museu, apoiei uma de minhas mãos numa parede de tijolos qualquer e parei para tomar ar, e meu celular começou a vibrar no bolso da calça. Olhei e lá escrito: "Mamãe". Olhei para o lado antes de atender e vi um bar aberto, onde corria uma notícia ao vivo na TV: "Garota coloca fogo na exposição de Buenos Aires" e Sky dizia algo para os repórteres. Recusei a chamada de minha mãe e continuei a andar sem rumo; mais de quarenta e cinco minutos caminhando, sem ter para onde ir, sem ter com quem falar e sem ter como voltar para a Califórnia.

Como se não bastasse, eu passei por uma esquina e um carro fez questão de espirrar água na minha cara. Só pra finalizar o dia, sabe? Meu telefone tocou novamente, mas, dessa vez, não era mamãe. Era um número desconhecido, e, como sempre fui curiosa, atendi.

— Alô?

— Srta. Mellark? Como vai? — uma voz masculina perguntou ao telefone.

— Como sabe meu sobrenome?

— Sei tudo sobre você. — o homem respondeu. — 16 anos, nascida em 28 de Agosto, no planeta Dragonios. Mudou-se com a família para Los Angeles aos 10 anos. Preciso falar mais?

— O que você quer de mim? — perguntei, morrendo de medo de morrer naquele dia.

— Vamos dar um passeio. — fiquei confusa, mas ele continuou. — A sua direita, o homem negro com óculos escuro e roupa preta sentado na mesa de bar. — olhei para a direita, mas não encontrei ninguém. — A outra direita.

Olhei, e lá estava o homem que falava comigo no telefone. Negro, com roupas pretas e óculos escuros, como ele havia dito. Então, ele continuou.

— Não farei nenhum mal a você, pelo contrário, quero lhe ajudar. — ele disse. — Mas, se você tentar fugir, a conversa será diferente. Venha até aqui, por favor. 

Mesmo receosa, desliguei o telefone e fui em direção ao bar onde o homem estava.

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

P.O.V. Camille

A amiguinha de Samara, que se chamava Jennifer, havia acordado, e agora Samara explicava toda a história para ela. Aproveitei a distração e fui até o outro lado da minha cela, encostando minhas costas na grade que separava a mim de Lucas e ficando ao lado dele, que também tinha as costas encostadas na grade. (like a cena do filme Mar de Monstros)

— Nós vamos sair daqui, confie em mim. — falei para o vento, pois Lucas nem parecia ali. Ignorei esse fato e encarei a parede cinza na minha frente, até que senti a respiração de Lucas em meu ouvido. Quando senti que ele falaria alguma coisa, a porta do calabouço se abriu e Pablo entrou na sala, acompanhado de alguns agentes e uma moça que eu nunca havia visto antes: cabelos castanhos, pele branca e aparência da minha idade. Ou ela era nova na Hydra, ou eu nunca havia cruzado o caminho dela.

— Bom dia, meus queridos Lucas e Camille. — Pablo provocou, e me recusei a olhar para ele. — E claro, nossas duas lindas hóspedes. Hannah, pode fazer seu questionário. Vou avisar Kolin. — o Field saiu da sala, junto com seus agentes, e eu dei graças, mas a tal garota, chamada Hannah, ainda estava ali. E não tinha uma cara simpática.

A morena se ajoelhou ao lado da cela de Samara e colocou as mãos na grade. 

— Se aproxime, Srta. Everdeen. Por favor. — Hannah pediu e Samara foi até ela, meio hesitante, mas esbanjando confiança e segurança. — Preciso fazer algumas perguntas sobre seus poderes, nada mais que isso.

— Pode questionar, então. — Sam respondeu a moça e se sentou bem de frente para a mesma.

— Quais são os seus poderes? — ela olhava diretamente nos olhos da Lawrence. — Digo... Fogo, Ar, Água, Terra...

— Chama. — a Everdeen falou seca. — Controlo a chama.

— Poderia me dar uma demonstração, por favor? — Hannah parecia desconfiar da resposta de Samara. A mesma se levantou e estalou ambos os dedos, os quais arderam em chamas. Ela estalou novamente, e as chamas desapareceram. — Fascinante. Infelizmente, você não é a garota que procuro. Mas será muito útil.

Hannah se levantou e foi até a saída, até que parou e colocou a mão no ouvido: ela tinha um comunicador. Concordou com a cabeça algumas vezes e se virou para nós, sorrindo.

— Bom, parece que mais uma garota vai se juntar a vocês hoje. — e então ela saiu pela porta, sorridente e com os cabelos ao vento. Por alguma razão, eu tinha certeza que ela ainda ia ferrar muita gente. Incluindo eu.

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

P.O.V. Alice

França, Paris. 9:45 AM

Jamais fui do tipo que acordava cedo, mas quando se tratava de moda, eu levantaria até com os galos. De verdade. Prazer, Alice Stelle Di Diamantis, famosa estilista de Paris. Naquela manhã, minhas assistentes estavam arrumando os detalhes finais do meu desfile, que ocorria a cada quatro meses, para apresentar minhas novas peças. As modelos já estavam contratadas — entre elas, eu — e o evento estava arrumado, só faltava continuar a vender os ingressos até esgotarem, que por sinal, só faltavam dois lotes — de dez — para serem vendidos.

Pega no We Heart It

E, por mais incrível que pareça, eu não estava me sentindo "Nossa, meu Deus, eu vou fazer um desfile!" ou "AI QUE DEMAIS!". Eu estava tranquila e relaxada, na minha escrivaninha, pensando em modelos para criar. Foi quando tive uma ideia incrível: estalei os dedos e vários ramos de flores roxas apareceram, e, estalando de novo, os modelos que eu havia pensado estavam prontinhos no meu fichário, montados com pétalas de flores. [Foto]

De repente, alguém bateu na porta.

— Peut entrer! — falei em francês, dizendo para que entrasse, e uma garota loira e bonita, com aparência simpática.

— Bonjour, Mlle Alice. — ela falou, um pouco insegura. Dei um sorriso aberto e ela sorriu também. — Sou uma de suas modelos esta noite. Bianca, prazer em conhece-la.

— O prazer é meu, Bianca! — estendi a mão amigavelmente e ela me cumprimentou. — Acho que não preciso me apresentar. Você já é veterana ou...

— Não, minha primeira vez. Estou um pouco nervosa. — Bianca disse dando um sorriso constrangido. Logo reparou no meu fichário. — Esses são os modelos da coleção de primavera?

— Bom, apenas um rascunho.

— Magnifique! — a garota olhava tudo com os olhinhos brilhando. — Sabe, posso te dar uma sugestão? 

— Claro! — respondi, e ela estendeu um papel que retirou do bolso da calça jeans que usava. O abri e lá tinham alguns esboços lindos de modelos primavera. — Dieu, c'est magnifique! Foi você que desenhou, Bianca?

— Bom... Foi sim. — Bianca me respondeu.

— Você tem futuro, garota! Com certeza irei incluir alguma dessas peças em minha... — de repente, o celular da garota tocou e ela o pegou, olhando preocupada para a tela.

— Muitíssimo obrigada, senhorita Alice. Mas eu... Tenho que ir. — ela disse e rapidamente foi até a porta. — Até mais!

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

P.O.V. Victoria

Tirei minha adaga do bolso e a joguei contra a perna de Sabine, que foi suficiente para que Joe se distraísse e Nathaniel pudesse lhe dar um soco no pescoço com as algemas, que levou o agente rapidamente ao chão. Holland atirou e eu desviei a bala com meus poderes, logo pulando em cima dela e ativando minha arma de choque, que a eletrocutou rapidamente. Holland ficaria pelo menos umas duas semanas em coma com os cabelos espatifados. Nathaniel sacou sua arma (com as mãos ainda algemadas) e atirou contra o peito de Thomas, que rapidamente caiu no chão. Dei uma chave de braço no agente que armou tudo, seguido de um chute em suas costas e um empurrão contra a parede, e ele caiu inconsciente.

Olhei para Nathaniel e fiz um movimento com as mãos, rompendo as algemas, e ele logo esfregou o local onde elas prendiam. Depois, apenas assentiu com a cabeça. Fui até Sabine e a puxei pela gola do uniforme, a prensando contra a parede.

— Escute sua traidora, ou você me fala onde é a base principal, ou eu acabo com sua vida agora mesmo, Seedorf. — falei e ela riu.

( > Beating Heart < )

— Você não conseguiria. Você é pura. — ela ria como se não houvesse amanhã. E não haveria mesmo.

— Não, não é do meu estilo. — falei. — Mas é o dele. — apontei com a cabeça para Nathan, que tinha sua arma apontada para a cabeça de Sabine.

— Okay, okay. Vocês venceram. — eu amava quando alguém ficava com medo de mim. Era ótimo saber que você tem inimigos, não amigos falsos. — Na fronteira entre Lazio e Campania, a sede principal fica lá. É só isso que eu sei, eu nunca fui para lá.
— Ótimo. — a soltei, jogando o corpo dela no chão, e passei por Nathan tranquilamente, andando em direção a saída, até que ele me interrompeu.
— O que eu faço com ela? — ele indagou e eu sorri maldosamente. Logo me virei para a saída novamente e continuei a andar.
— Você tem quatro minutos, estarei no carro te esperando. — falei e, quando cheguei até a porta, me virei. — Mas sugiro que, como fazia a Rainha de Copas... Corte-lhe a cabeça. Mas é só um palpite.
Continuei a seguir a saída e, quando já não os via mais, ouvi o barulho da arma disparar duas vezes. Talvez isso fosse mais divertido do que cortar cabeças, afinal.
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
Quando meu relógio estava quase em 4 minutos, avistei Benson no estacionamento, vindo em direção ao carro. Entrou e colocou o cinto, logo fechando a porta. Que tipo de pessoa colocava o cinto primeiro e depois fechava a porta? Bom, era o tipo dele, pelo visto. 
— Então... Você matou ela? — perguntei, como se não fosse óbvio, e ele apenas assentiu com a cabeça enquanto arrumava o colarinho de seu terno.
— Como vamos para a fronteira? — ele questionou e olhou para mim.
— Não vamos. Nós vamos diretamente para a Hydra. — falei com um sorriso confiante e ele ficou confuso. — Se segure.
Me concentrei um pouco e estalei os dedos, com os olhos fechados e, quando os abri, estávamos na frente de um enorme portão cinza, com o símbolo da Hydra na época da Segunda Guerra Mundial, e nós estávamos com o carro bem á frente, mas teríamos que deixá-lo ali por questões de segurança: a Hydra só tinha câmeras da porta pra dentro.
— Como você...
— Sou mais avançada do que meus históricos dizem, novato. — desci do carro e ele desceu logo em seguida; logo comecei a escalar o portão e, meio hesitante, Nathaniel me seguiu. Ele era ágil e veloz. Bom, não tanto quanto eu. Após terminarmos a escalada e pisar em terra firme do outro lado, retirei minha arma do suporte e comecei a carregá-la em mãos. Agora, era só completar a missão.

( > Fim Beating Heart < )

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

P.O.V. Samara
( > Elastic Heart < )

No fundo, no fundo, eu estava morrendo de medo daquela garota, Hannah, pretender algo comigo. Estava certo, estava certo, eu estava ali pois pretendiam usar meus poderes, mas não sabia que alguém estaria investigando que poder eu tinha.

Se eu controlava a chama? Claro que sim. Mas não era a chama que ela pensava.

Eu não controlava o fogo, chama, foguinho ou algo que você deve ter pensado que eu controlava.

Eu controlava a Chama Celestial.

A Chama Celestial era, assim como o Arco-Íris (totalmente entrando em extinção), um poder raro e incontrolável. Sua raridade era tanta, que ninguém que eu não confiasse poderia ter a informação de que eu o controlava. Eu sabia mentir bem, mas sabia que, se Hannah pretendesse ir mais a fundo em meus poderes, eu estaria ferrada.

Mas, afinal, eu já não estava ferrada mesmo?

Antes que eu pudesse continuar meu momento de filosofia, ouvi as sirenes da Hydra ecoarem, altas e barulhentas, e então acordei do transe. [Gif] Jennifer olhou para mim e Camille e o garoto, que eu não sabia o nome, se levantaram e falaram alguma coisa.
Me levantei também e fiz sinal para que Jenn se levantasse, e assim ela fez. A porta se abriu e um homem alto, forte e bem arrumado — parecendo um pirata, mas bem arrumado — entrou, acompanhado de mais alguns agentes. Ele era bonito. Abriu a cela do rapaz e o retirou de lá, o entregando para alguns agentes que o levaram do calabouço, e eu percebi o olhar preocupado e aflito de Camille. Logo em seguida, a cela dela foi aberta, e o homem finalmente disse alguma coisa.
— Alexa quer falar com você, senhorita Valencie. — o pirata falou e a retirou da cela, mas, diferentemente do rapaz, ele mesmo estava de olho nela. Logo em seguida, olhou para mim e Jennifer. — Vocês vão ficar mais um tempo por aqui, docinhos. 
Logo, ambos saíram e fecharam a porta novamente. Agora, só estávamos eu e Jenn naquele lugar imundo, mas o alarme continuava a soar. Ás vezes, dava para se ouvir correria nos corredores e gritos como "Levem reforços! Ela é quase imbatível!" ou "Não atirem, nosso chefe está com ela!". Foi então que o desespero bateu: eu estava no meio de um grupo de malfeitores e assassinos que caçavam fadas e outros seres mágicos na intenção de usá-los num exército. E eu faria parte desse exército, segundo eles. Comecei a andar de um lado para o outro na cela, até que parei e pensei. Se eu conseguisse queimar as grades...
Não perdi tempo e esfreguei os palmos das mãos, que logo começaram a arder em chamar e, devagar, fui soprando-as em direção as grades. De pouco em pouco, tudo estava derretendo. Eu era uma gênia e sairia dali o mais rápido possível. 
Ninguém ia me colocar em nenhuma merda de exército.
Depois de derreter o suficiente, dei um chute na grade e ela caiu no chão — afinal, eu havia queimado as bordas num quadrado perfeito —, então eu logo saí e fui fazer o mesmo na cela de Jenn, mas ela me impediu.
— Sam, vai embora. — Jennifer segurou minhas mãos. — Se salve.
— Se você pensa que vou te deixar aqui, está muito enganada. — respondi e me soltei de suas mãos, começando a queimar as bordas da cela dela.
— Sam, eu estou sentindo que, se você enrolar mais um pouquinho que seja, vai ser tempo suficiente para te pegarem. — Jenn sempre tinha razão. Mas eu iria ignorá-la completamente. — Samara Lawrence Everdeen!
— Jenn, não posso te deixar aqui! — por mais que eu falasse, não parava de queimar as grades dela, e eu já estava acabando. — Estou quase acabando, vai dar certo!
Terminei rapidamente e joguei a grade para o chão. Um pouco hesitante, Jennifer saiu e logo fomos até a porta do calabouço. Coloquei a mão na maçaneta.
Eu podia enfrentar isso. Eu podia ser forte. Eu devia ser.

( > Fim Elastic Heart < )

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

P.O.V. Beatriz

Após ir até a mesa de bar onde o homem estava, meio que me senti obrigada a dar uma caminhada pelo bairro enquanto conversávamos. O homem, que se chamava Nick Fury, explicou-me algumas coisas sobre uma tal de S.H.I.E.L.D., agência de proteção dos Estados Unidos, mas eu já estava me cansando desse papo quando perguntei:
— Você me chamou para contar a história de uma agência da América?
— Minhas desculpas, Srta. Mellark, mas devo explicar tudo do início antes que você fique confusa.
— Eu já entendi. — respondi um pouco grossa, parando no meio da calçada. — Pode ir direto ao ponto ou eu vou embora.
— Precisamos de você, Srta. Mellark. — quando ele falou, tive vontade de sair correndo. — Seus poderes estão sendo caçados pela Hydra, e precisamos que se junte a nós para ficar segura.
— Espera aí um minutinho, o que é Hydra? E como assim, "seus poderes estão sendo caçados"? Aliás, eu devo mesmo confiar em você?
— Se a senhorita me tivesse permitido explicar, saberia de tudo isso. — Nick respondeu e retirou uma pequenina caixa do bolso do blazer negro. A abriu e lá tinha um envelope dourado, brilhante como fogo, com um adesivo prata prendendo-o. — Pegue, por favor.
Um pouco hesitante, peguei o envelope e abri a carta. Lá dizia algo sobre se juntar a uma escola de magia chamada "Boa Vista High", a qual treina seres mágicos e os ajuda a controlar os poderes. Parecia bem real, mas eu ainda tinha muitas perguntas para fazer. Infelizmente, ele parecia não ter tempo, pois de minuto em minuto olhava seu relógio com uma expressão preocupada.
— Você parece preocupado com a hora. — falei e ele me encarou.
— Estou. — Fury respondeu. Parecia mais um "Vai logo que eu não tenho tempo".
Resolvi que tinha que tomar uma decisão rápida. Ótimo, eu tinha menos de três minutos para responder se eu ia ou não para uma escola de magia no meio de San Diego, aliada a uma tal de S.H.I.E.L.D., pois uma tal de Hydra estava caçando meus poderes. Ah, eu era louca mesmo.
— Está bem. — coloquei o envelope no bolso, junto com a carta, e olhei nos olhos dele. Eu não sabia por que eu faria isso, mas eu sentia que era o certo a se fazer naquela hora. [Gif] — Eu aceito.

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

P.O.V. Victoria

Eu mal havia entrado na Hydra e já estava em combate. Ótimo.
Dei uma rasteira em um agente e soquei o rosto de outro, enquanto Nathaniel atirava e combatia também, mas não parei muito para prestar atenção em suas técnicas de combate. No fundo do corredor, vi mais agentes se aproximando e decidi acabar com aquilo de uma vez: fechei as mãos em punho e uma onda prateada levou todos os agentes ao chão, e Benson me olhou surpreso.
— Precisamos acabar rápido com a missão. — falei. — O equipamento Chitauri está pros lados da sala sete, mas preciso rastreá-lo primeiro. Preciso que me dê cobertura.
— Como quiser. — ele falou e, quando eu ia na direção do corredor, ele continuou. — Tem uma sala de computação ao lado do calabouço.
— Como você sabe? — me virei, desconfiada.
— Palpite.
Continuei a olhá-lo estranho e fui novamente em direção ao corredor. Meus passos se tornaram uma corrida, e a cada agente que aparecia na minha frente, apenas recebia um tiro de Benson, que seguia bem atrás de mim, me dando cobertura. Agora, eu precisava distraí-lo para completar minha missão. Parei no corredor e fiz sinal para que viesse para mais perto, e então, disparei uma corrida em direção ao turbilhão de agentes que vinham em nossa direção. Com minha agilidade e velocidade quase sobrenaturais, me choquei contra um agente e o levei ao chão, abrindo espaço na multidão de agentes. Com Nathaniel ao meu lado, havia dupla distração, e ele deveria se concentrar em sobreviver, e não em mim. Em um movimento com minhas mãos, joguei alguns agentes ao chão com magia, abrindo caminho reto para sair dali e ir para a sala de computadores. Segui vários corredores sem encontrar ninguém, até que, enquanto andava, uma porta se chocou violentamente contra meu rosto e cambaleei para trás. Senti quatro mãos me amparando e alguém dizendo "Não, eu conheço ela". Assim que minha visão voltou ao normal, olhei para a esquerda e encontrei uma garota familiar. E o nome dela era Samara Lawrence Everdeen.
— Você está bem? — ela perguntou, e logo me coloquei em pé novamente. — Me desculpe mesmo... Acho que vamos sempre nos encontrar assim, né? Com trombadas.
— Ou portadas, nesse caso. — respondi irônica e coloquei a mão em minha testa, que estava doendo. — O que faz aqui?
— Para te contar a verdade, não faço a mínima ideia. — ela riu de pura histeria. — E você?
— Agente da S.H.I.E.L.D. — olhei para minha direita e vi outra garota, que eu não conhecia. — Quem é ela?
— Jennifer, minha irmã. — Samara respondeu e eu a encarei.
— Preciso levar vocês duas daqui. — falei. — Mas vão ter que me acompanhar por enquanto.
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
França, Paris.

P.O.V. Alice

Eu estava visitando o salão onde o desfile aconteceria. Tudo estava lindo, mas ainda faltava um toque meu.
— Acha que falta alguma coisa, Mlle Alice? — minha assistente pessoal indagou.
— Na verdade, acho que falta sim.
Estendi o palmo da mão e, magicamente, um pouco de pó roxo de meu planeta apareceu ali.
— Falta um pouco de... Luz.
Soprei o pó pelo salão [Gif] e ele ficou exatamente como eu queria. Vivo, brilhante e cheio de luz. Como eu. Minha assistente me olhava admirada, e eu apenas sorria para ela, enquanto contemplávamos o ambiente onde o desfile mais incrível do Mode Liant aconteceria. Minha linha de roupas tinha que ter um desfile incrível.
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

P.O.V. Camille

Kolin, o carinha que havia ido me buscar na cela, me levou até uma sala onde encontrei Alexa. Era uma sala de computação, grande e bem equipada, mas eu já havia visto melhores. Os agentes e Kolin saíram da sala e ficamos apenas eu e Alexa. Apenas eu e uma vadia.
— Sente-se. — a ruiva disse. Puxei uma cadeira de rodinhas e sentei, sem sequer encostar as costas na cadeira. [Gif 1]
— Vamos direto ao ponto. — falei e a encarei. Ela tinha uma postura séria, um pouco confiante e chata de sempre.
— Digamos que uma "amiga" minha está investigando algo muito irreal que aconteceu há uns dias atrás. — a ruiva falava. — Como você fez para que a bala que eu atirei em você, voltasse para mim? Você é mais algum dos tais seres mágicos que caçamos?
— Desculpe, parei de prestar atenção em você quando falou a palavra amiga. — me encostei na cadeira e mexi um pouco no meu cabelo, sem olhar para ela. — E não tenho a mínima ideia sobre o quê está falando.
— Fala sério, Valencie. — Alexa me chamou pelo sobrenome e a olhei [Gif 2]. — Você fez aquilo e eu vi! Você simplesmente desviou a bala e...
Enquanto ela falava mais daquela ladainha irritante, a porta foi chutada e fui surpreendida: Samara, Jennifer e mais uma garota, que parecia estar as protegendo. Ela havia chutado a porta, e agora, apontava uma arma para a cabeça de Alexa. E ela parecia ter uma mira precisa e perfeita.
— Levante-se. — ela falou para Alexa, e depois apontou a arma para mim. — As duas. — Samara cochichou algo no ouvido da garota, e a arma voltou a mirar em Alexa. — Saia daqui e não pense em chamar reforços, ou eu vou exclusivamente atrás de você e te mato.
— E por que eu me intimidaria com uma garotinha? — a Field parecia confiante. Bem, até a garota atirar contra o rosto dela. A bala atingiu a mesa onde ficavam os computadores, mas passou raspando pela orelha de Alexa, que agora sangrava.
— Entendeu agora ou eu vou ter que atirar de novo? — a ruiva pareceu entender o recado da garota. A mesma andou até Alexa e, só para garantir, desviou de um golpe da ruiva — pois ela jamais se renderia a uma garota que nem conhece — e bateu a cabeça dela contra a borda da mesa, o que fez ela perder a consciência. — Você. — ela olhou para mim. — Entende de computadores?
— Sim. — respondi, me levantando e já entendendo o objetivo dela.
— Preciso recuperar alguns arquivos. Se puder fazer isso para mim... Sabe como é, alguém precisa cuidar da porta.
— Claro que sim. — fui até ela e estendi minha mão. — Camille Dare Valencie.
— Prazer. — ela falou. — Victoria Foster, agente da S.H.I.E.L.D.
Fiquei aliviada por Victoria ser da S.H.I.E.L.D. Fui até os computadores e me acomodei na cadeira. Samara e Jennifer se sentaram perto de mim, e Victoria se dirigiu para a porta.
— Que informações você precisa? — perguntei, já hackeando o sistema e entrando nos arquivos principais da Hydra.
— Uma lista. — Foster falou, fechando a porta (não, a porta não tinha quebrado) e encostando as costas nela. — Todos os procurados pela Hydra.
Fiquei, no máximo, 5 minutos desbloqueando senhas e cavalos de troia até ter acesso permitido para conferir a lista. Ela era enorme, mais de 200 mil nomes estavam ali, mas alguns nomes me chamaram a atenção. Camille Dare Valencie e Lucas Jones Mardegan. Meu nome e o nome de meu namorado estavam na lista de procurados da Hydra e, de legenda, apenas informava o nível de perigo: Alerta= 95% de ameaça. Fiquei curiosa e comecei a pesquisar todos os níveis de 94% para cima, e mais de 100 mil nomes apareceram. A maioria era 94%, então fui até o final da lista e encontrei os seguintes nomes:
Felipe Carstairs Salvatore 94% de ameaça
Maikon Derek Foster Garcia 94% de ameaça
Sharon Ruby Lambert 94,5% de ameaça
Alice Stelle Di Diamantis 95% de ameaça
Bianca Evans Sun 95% de ameaça
Beatriz Hutcherson Mellark 95% de ameaça
Lucas Jones Mardegan 95% de ameaça
Ashley Parker Taylor 95% de ameaça
Camille Dare Valencie 95% de ameaça
Samara Lawrence Everdeen 96,5% de ameaça
Julianne Blanchard Kerr Mikaelson/Garcia 97% de ameaça
Victoria Annelise Foster Garcia 97,8% de ameaça
— Victoria... — virei-me para ela, e ela me encarou nos olhos. — Acho que encontrei mais que uma simples lista e você não vai gostar de ver isso. — a garota apenas lançou para mim um pendrive com o logo da S.H.I.E.L.D.
— Copie os arquivos. Eu já sei o que esperar dessa lista. — Foster falou e, depois, continuou. — Aliás, procure para mim o número da sala onde escondem equipamento Chitauri. — coloquei o pendrive e comecei a transferir os arquivos para lá, enquanto isso, fiz a pesquisa e encontrei o que ela queria.
— Sala 7 no lado leste da agência.
— Bem onde eu palpitei. — ela falou. — Bom, se não se importam, vou fazer uma ligação. — Victoria apertou algo em seu ouvido. — Nathan, onde você está? Já pegou? Ótimo. Estou na sala de computação 49, preciso urgente que venha para cá. Okay. Okay, estou te esperando aqui. — e então, ela desligou. O arquivo terminou de passar e joguei o pendrive para ela, o qual ela rapidamente pegou e colocou no bolso. — Vou tirar vocês da base, preciso que deem as mãos.
— Espere. — falei e ela me olhou. — Tem mais uma pessoa aqui, o nome dele é Lucas.
— Rastreie-o. 
Rastreei Lucas rapidamente pelo computador.
— Sala 29 de Armas, corredor 3, lado norte.
— Posso te levar para lá, se quiser. — ela ofereceu e concordei com a cabeça. Victoria estalou os dedos e um portal se abriu bem na minha frente, mostrando a sala onde Pablo conversava com meu namorado, que estava acorrentado. — É só entrar.
— Obrigada. — fui até o portal e, quando iria entrar, olhei para Samara e Jennifer. — Até, eu acho. — elas sorriram amigavelmente, então, eu entrei.

P.O.V. Victoria

Agora, só estávamos eu, Samara e Jennifer.
— Preciso tirar vocês daqui, não é seguro. — falei e ambas concordaram com a cabeça. — Deem as mãos, por favor. — as duas deram as mãos. — Até breve.
— Victoria, uma pergunta. — Samara se manifestou. — Você achou quem procurava lá em Kentucky? Sei que é o momento errado para perguntar, mas... — dei um sorriso como resposta, e ela sorriu também.
— Jennifer, sabe dirigir? — indaguei para  a irmã dela.
— Com certeza!
Estalei os dedos e elas desapareceram. Eu havia as enviado para o carro na entrada da Hydra. Agora, era só pisarem fundo no acelerador e correrem o máximo que pudessem. Fui até os computadores e abri a lista de procurados que Camille havia desbloqueado para mim, e vi meu nome no final da lista, com 97,8 de ameaça. Eu estava bombando.
A porta se abriu e me virei bruscamente, encontrando Nathaniel. Ele estava acabado, com um inchaço imenso no pescoço e cambaleando, quase caindo no chão quando eu corri e o amparei.
— O que houve? — perguntei, colocando o braço dele em volta de meu pescoço.
— Digamos que eles tinham um escorpião de estimação. Um grande.
— Temos que sair daqui. Agora.
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

P.O.V. Alice

Estava na hora. A noite começava a cair e o salão já estava lotado. Fui até o palco e, quando as cortinas se abriram e me revelaram ao público, fui recebida com várias palmas. Andei até o final da passarela e comecei meu "mini-discurso".
— Olá a todos, meus amigos. — eu falava em francês — É com muita honra que, hoje, recebo vocês todos aqui para o segundo desfile do Mode Liant. Teremos modelitos inéditos e, só para melhorar, a estréia de duas novas modelos por aqui! Aproveitem a noite, e que o desfile de luzes comece! — várias luzes focaram na passarela, e o desfile iria começar.