01 x 03 - Misteri e Pericolli

Salve, fans et amicis. Preparados para um novo capítulo da spin- off neste maravilhoso dia #22. Mas não será apenas um capítulo, e sim dois! Para compensar a falta da spin nos últimos fins de semana e para aproveitar o #dia22.
Prontos?


– Sua família não terá um minuto de sossego se você não acabar com eles – ao mesmo tempo a voz era calma e rouca – essa é uma maneira de proteção
– Não posso deixá-los, é perigoso –  a voz era suave. Ela hesitou – é perigoso para mim também
– Podemos tentar lhe dar cobertura ou alguma ajuda necessária
– Você sabe – era possível ver as madeixas loiras em seu rosto. Possivelmente tentava esconder as lágrimas – Eu sei que a culpa é minha de ter aceitado, e agora tenho de arcar com as consequências? Ninguém nunca me avisou ou sequer me falou que um dia teria – ela olhou para o alto do monte. A rua estava vazia, pois era de madrugada. Era fácil notar folhas caídas com orvalho – eu confiei em todos e achava que estava ajudando - os...
– E sempre ajudou - ele foi interrompido
– Foi um lucro para vocês, mas eu prefiro eles do que vocês!
– O amor dói – quando o homem disse estas palavras, a loira enterrou muito forte o rosto nas mãos

***

– Idiota! – uma voz irritada invadiu os seus sonhos. Camille levantou-se e olhou para os lados para ver se fora alguns de seu colegas (apenas colegas, não amigos). Acabou por olhar na janela e viu um dia nublado com um sol que se escondia pelas nuvens, então decidiu voltar para seu objetivo. Notou que o "nervosinho" estava na cama ao lado
– Tom, o que você está fazendo? – Camille perguntou, mesmo sabendo a resposta. Seu irmão estava com uma foto nas mãos, possivelmente uma foto de Max, um ex-tio. Tom retornou para Camille com seus olhos verdes claros:
– Vendo umas fotos de papa mama – ele mostrou a foto que sua mama, Rose e seu papa Mattew estavam abraçados com Max. Camille não pode deixar de fitar a mulher, que era loira de olhos cinzentos, e o homem, que tinha olhos verdes ameaçadores – foi então que encontrei ele na foto – ele ficou sério
– Tudo bem. Não posso negar que estou com uma raiva imensa dele – ela baixou os olhos para sua coberta. Era quente e fofinha e fora o tio que lhe dera
– Você é muito nova para ter ódio e raiva – Tom era o melhor irmão do mundo, e Camille achava que o motivo de sua felicidade era ele. A única parte da família ainda com ela e que se preocupava
– Sei, mas tendo afastar comentários negativos - pensou – além disso, daqui um mês é véspera de natal – ela olhou para o relógio que apitava 24 novembre 09:30. Lembrou que fazia seis meses e alguns dias da morte inesperada . . . e dias da nova vida no orfanato
– E um mês e pouco para o aniversário de seu maravilhoso irmão! – ele agitou as mãos no ar, mas ela só bateu palmas. Não iria conseguir dormir por muito mais tempo, já que seus colegas despertavam
– Tom, volto daqui uns minutos – ela se levantou correndo da cama e começou a observar o local e os habitantes do mesmo.
O lugar todo era branco. Havia janela de três em três camas, com babadinhos e flores e não havia a besteira de separar garotas e garotos, mas em seu quarto havia tanto crianças de oito anos tanto adolescentes de quinze. O chão era sujo de tinta, mas era de madeira clarinha e desgastada. Este um dos quartos do primeiro andar, mas havia o segundo. Camille ainda reparou que algumas adolescentes era descuidadas e havia istrutorri cuidando do cabelo das meninas. Em um espaço, os garotos falavam bobagens que ela gostaria não ouvir, e algumas crianças pediam colo e folhas de desenhos para as amicci della casa (amigas da casa). Era uma bagunça completa.
Fora ensinada desde cedo pela mãe arrumar os cabelos. Ela dizia que os cabelos de filha eram os mais bonitos, pois era uma mistura dos cabelos do pai e da mãe, e sim, realmente era. Era castanho claro com mechas loiras naturais. Camille se vestiu e iria voltar para Tom quando uma menina de aparentemente catorze anos lhe chamou:
– Ei, Camilla – a menina era 12 centímetros maior que ela.
– Camille – a pequena corrigiu com a voz trêmula
– Claro, desculpe pelo meu erro, noto que é mais fácil te chamar de novata – a garota não era o que se podia falar fortinha, mas não tanto. Tinha uma cintura fina, mas seu braços eram fortes. Sua sombra estava perfeitamente alinhada com o rímel, junto com um batom vermelho. Camille achou um pouco inadequado para a idade dela. Ainda usava um short e camiseta baby-look, que ficavam estranhos no corpo da menina – você é tão linda! Sabe, entre as meninas temos um chá de boas vindas sem garotos– falava com uma voz arrastada e ainda tinha cara de patricinha fortinha que se achava a líder do orfanato – mas a líder das regazze (meninas) sou eu. Você tem sorte!
– Acho que não, obrigada, mas prefiro estar com meu irmão – Camille achava que tinha falado uma besteira – E não sou muito fã de meninas que se acham demais – outra besteira
– O que você disse? – ela bufou. Camille ficou trêmula
– F- foi o que você ouviu – depois disso ela segurou o seu braço e levou- a para o banheiro
Camille tinha certeza que não daria tempo de observar os lindos azulejos e como ele era enorme (era um pouco óbvio, já que era um banheiro de orfanato com centenas de crianças)
– Quem você acha que é? Só porque é um pirralha fischio (metida) pensa que pode falar comigo dessa maneira – Camille sentia a sua pele arder onde a menina segurava com força
– Que eu saiba eu não fiz nada além de expressar minha opinião – a pequena morena estava com a voz esganiçada – me solte, sua mucca! (vaca) 
– Vejo que está precisando de uns bons tapas no bumbum para aprender a ter boca limpa e respeitar os mais velhos.
Depois dessa frase tudo foi muito rápido. A garota lhe jogou na pia do banheiro e Camille bateu as costas no granito e começou a chorar. A dor era mútua, mas nada tinha quebrado nada. Camille estava com medo. Como pôde ter confiado um momento sequer naquela patricinha de quinta categoria? A vontade dela era lhe falar que a sombra estava tão horrível que ela parecia um palhaço profissional, mas resolveu se esconder embaixo da pia. A menina se abaixou para pegar Camille, mas ouviu alguém pigarreando
– Solte a minha fratella! – gritou um menino loiro. Tom. – Você é uma covarde. Vá machucar alguém de seu tamanho – Camille não pôde deixar de observar que Tom era 8 centímetros menor que ela
– Menino, se liga! Este é o banheiro das garotas e você tem apenas onze anos!
– SOLTE...MINHA...FRATELLA – Tom falava isso calmamente, mas tinha os mesmos olhos ameaçadores do pai – Ou você quer que eu vá ai?
– Eu poderia te socar e te trancar junto com os vasos sanitários que a nona não iria se lembrar de um garoto magrelo... – foi interrompida
– Ou você que é meio – ele inchou as bochechas
A menina avançou até ele. Camille fechou os olhos e saiu de baixo da pia para correr até o irmão, ela não sabia onde iria ir, mas acabou por abrir os olhos. Viu que Tom segurava o braço da menina, e Camille olhou para o seu, que agora tinha péssimas marcas vermelhas
– Acho que ninguém iria sentir a sua falta – Tom desafiava a menina 
– I-isso é c-covardia – esperneou a garota
– Covardia foi o que você fez com minha fratella. Vou relatar para a nona e talvez ela te expulse!
– Não! – gritou, apavorada
Camille estava com a boca aberta. Tom desafiando uma garota de mais de um metro e sessenta e fortinha para proteger a irmã – e neste momento sentiu as costelas doerem muito forte. Ela caiu no chão, mas viu Tom pegar uma chave e trancar a menina junto com os vasos sanitários. Tom logo se abaixou para ajudar a irmã, mas antes disso tudo lhe abraçou 
– Estava preocupado, pois você me disse que iria voltar rápido – Tom ajudava Camille quando olhou para o vermelho do braço e a batida nas costas – mio Dio! Vou ter que lhe levar para uma enfermaria...
– Acho que estou bem
– Apenas acha – Tom falava como um pai
– Tudo bem, faça o que você acha melhor
Tom lhe levou para a dona do orfanato, que ficou apavorada com a maldade da outra garota, mas não expulsou ela. Mandou Camille ficar alguns dias de repouso na cama, mas não iria seguir nenhum mandamento de alguém daquele lugar. Camille visitava a biblioteca sozinha, já que lá era o melhor lugar dentro do orfanato. Era aconchegante pois havia almofadas por todo o carpete fofinho. Os livros ficavam em estantes de carvalhos e em mesinhas com abajúres. Tom lia um livro de trezentas e poucas páginas quando ela chegou.
– Ei, espere! O que está fazendo? – Tom lhe lançou um olhar constrangido
– Não aceitando regras de ninguém a não ser você – quando Camille falou isso Tom começou a rir
– Vejo que puxou muito bem o fratello – ele levantou uma sobrancelha – Só não puxe tanto se não você ficará muito mais linda que eu
– Muito engraçado, mas sério, eu acredito apenas em você agora – Tom tirou os olhos de seu livro por um minuto
– Nesse orfanato somos os únicos normais, talvez estamos em um hospício – ele arregalava os olhos 
– Ei, olhe este livro! – Camille foi para a mesinha e folheou um pequeno livro, mas com uma história cativante – Interessante, mas não – Tom se levantou para olhar os livros da mesa – Ei...espere. Olhe este livro, Tom! – Neste momento, Tom observou o livro [GIF]              
– Se chama "O real universo". Talvez seja um livro de faculdade ou aventura – Tom folheou o livro e fitou as tantas anotações que tinham em todas as páginas – vejo que alguém adora deixar sua opinião.
Camille olhou o livro. Conhecia aquela capa de algum lugar, mas parecia ser um livro único. Como conheceria um livro que tem apenas um único exemplar.
– Gnomos, sereias, deuses, duendes, monstros vejo que isso é um livro de aventura bem legal, mas por que alguém faria anotações? – Camille leu uma anotação na história das sereias "Existem raras exceções de boas sereias, mas todo o clã delas se esconde de mortais" e "Gostaria de encontrar um clã". Foi então que descobriu como já vira aquela capa. 
– Este livro é de papa? – Tom e Camille falaram ao mesmo tempo, um olhando para o outro
– Não tem como! – Tom estava duvidoso – Tem sim! Esta é a letra dele e eu já conhecia esta capa 
– Mas como está aqui? – ela olhou para o livro
– Deveríamos pedir informações para a nona? – Tom olhou para os olhos da irmã
– Acho que sim!
Os irmãos saíram da biblioteca, correndo. Tom não soltava o livro por nada, teria de ficar com ele. Passaram pelos quartos em direção a salinha onde nona ficava
– Nona! – ambos lhe chamaram, ela estava com um bebê de colo 
– Sim, carinos – ela sussurrou, pedindo que os irmãos fizessem o mesmo
– Nona, encontramos um livro na biblioteca que temos certeza que é de nosso pai! – Tom sussurrava exasperado
– Pode ter sido uma doação, Tom!
– Ele nunca doaria um livro desses – Camille explicou e Tom mostrou  o livro
– Esse livro, não tenho alguma recordação deles, bambinis (crianças), mas talvez seja pois estou envelhecendo...
–Então, como ele veio parar nesta biblioteca? Ele estava nas mesinhas e acredito que esses livros sejam novas doações ou aquisições! – Tom tentava explicar de alguma maneira, mas a mulher não entendia. Um homem com uma caixa chegou, e ela os dispensou.
Eles não poderiam encher a senhorinha de perguntas, e acreditaram que se investigassem por si próprios seria muito mais rápido, mas estavam muito enganados. Passada uma semana desde o descobrimento do livro, Tom encontrou uma folha dele caída na biblioteca, que falava sobre unicórnios, e Camille notou que da página noventa e sete pulava para a página cento e cinquenta, que falava do "Massacre de Lisboa". Nenhum dos irmãos fazia ideia do que era o massacre de Lisboa. Ficaram quase um mês tentando, até mesmo no jantar de Natal, que ambos não queriam ir. Foi uma surpresa, pois tudo passou tão rápido e Roma continuava chuvosa. Eles precisavam descobrir o segredo daquele livro.
– Carinos – a nona estava sentada na ponta de mesa. Era tão extensa que não se podia ver a última criança facilmente – hoje comemoramos o Natal, uma data conhecidas por ogni (todos). E sabem quem está ai fora? – As crianças gritaram e sussurraram com os amigos do lado, enquanto os adolescentes murmuravam "ele não existe". – sim, fofos, o Belfana (Papai Noel)! – crianças gritaram, pois seus desejos de presentes iriam se tornar realidade. Camille poderia dar uma chegada no cara e pedir "ei, pode me ajudar a descobrir por que faltam algumas páginas?"
Um cara absurdamente gorducho chegou, com uma barba extensa. Camille sabia que sim, aquele era um homem fantasiado (até por que o Babbo Natal é muito ocupado) que entregaria presentes que ele mesmo comprou para as crianças, pois nenhuma criança ali tinha família. Ele foi chamando as crianças para lhe darem um abraço e entregar um presentinho bem embrulhado. Camille e Tom estavam cabisbaixos por seriam o primeiro Natal sem o pai. Aquilo era muito triste.
– Camille Dare Valencie e Tom Dare Valencie – ele exclamou e os irmãos se assustaram. Pularam de sua cadeiras e foram, caminhando, até o Belfana – olá, queridos. Vocês irão receber um presente meu e um de seu tio – eles ficaram paralisados – ele diz que sente muito, mas é por uma causa boa. Então, Buon Natale! – ele os abraçou. Tom ficou corado. Eles pegaram os presentes e foram correndo para o quarto, pois já estavam satisfeitos de tanta gente.
– Como ele tem coragem – Camille lia o bilhete escrito pelo ex-tio Max:

"Queridos afilhados Tom e Camille,
sinto muito, mas muito mesmo. Tentarei voltar em menos
de um ano. O trabalho por seus pais vai bem, por enquanto,
eu acho. Este é um presente que seus pais gostariam que tivessem,
e sim, na verdade, o presente é deles.
Desculpem - me, por favor.

Ass: Max Oliver"

– Parece que está com culpa de feito aquela bobagem – Tom abriu o outro presente. Era uma caixa de bombons 
– Você irá abrir? – Camille achava que a resposta seria "Não", mas foi totalmente o contrário do imaginado
– Claro, ele disse que é de nossos pais, boa coisa deve ser!
– Então vamos-la – Camille e Tom rasgaram a embalagem e papéis caíram no chão. Tom e Camille fitaram o chão por minutos, até que eles juntaram os papéis
– Mas... – Tom não conseguia falar. As páginas noventa e oito até cento e quarenta e nove estavam ali, nas próprias mãos.
Camille leu os seu papéis. Um falava sobre um tal Tesseract, outro sobre "As Premonições e as garotas". Ela não entendeu nenhum título e Tom tinha a mesma expressão que ela. Não sabiam o que as folhas explicavam, mas sabiam de uma única coisa.
As folhas faltantes estavam ali. E eram presente de sua família.

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